Os pinguins são aves marinhas icónicas de zonas geladas. Nenhum outro animal está tão bem adaptado para sobreviver na zona mais adversa do mundo – a Antártica.

Estes animais vivem em comunidade – constituindo colónias de centenas e, até, de milhares de indivíduos. Têm uma camada de gordura isolante que os protege contra o frio extremo do Inverno e que funciona como principal reserva de energia para a época reprodutiva, altura em que os adultos jejuam e chegam a perder 40% do seu peso.

Os pinguins acasalam para a vida e os elementos do casal revezam-se no cuidado com a prole: enquanto um progenitor vai pescar, o outro fica no choco ou a cuidar da cria.

No entanto, estas aves únicas estão ameaçadas pelas alterações climáticas. Estudos apontam para o facto das chuvas torrenciais e das ondas de calor, cada vez mais frequentes, estarem a matar as crias de pinguins, pondo em causa a renovação das populações. Por outro lado, o aumento da temperatura dos oceanos está a ter impacto nas populações de pinguins uma vez que afetam a distribuição e a quantidade de krill e de peixes, os seus principais alimentos, obrigando-os a realizar viagens cada vez maiores para se alimentarem. A falta de alimento torna progressivamente mais difícil a subsistência das crias, tendo algumas populações diminuído entre 30 e 66%.

O aquecimento global tem também conduzido a um aumento do degelo em torno do Pólo Sul. Os glaciares Pine Island e Thwaites, por exemplo, estão a perder cerca de 100 mil milhões de toneladas de gelo todos os anos, e em anos maus a perda é ainda maior.

Precisamos urgentemente de combater as alterações climáticas, honrando o acordo climático de Paris, nomeadamente através da redução das emissões de gases com efeito estufa e do recurso a fontes de energia limpa.
Neste contexto, coloca-se a seguinte questão: Em que tipo de planeta é que queremos viver?

Área disciplinar de Ciências Naturais